sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Cidade sem Barreiras

O sonho maior de uma pessoa com deficiência, em qualquer parte do planeta, é ter e ver respeitado o direito primário, o direito de ir e vir. Mas, não é somente o direito de ir e vir que é a base para quase tudo que tem referência com essas pessoas, seja ela qual for, mas principalmente as pessoas com deficiências físicas e visuais, que sem sombras de dúvidas, são mais afetadas, no que se refere ao item "acessibilidade".
Com essa linha de raciocínio e, como dirigente maior de uma instituição que busca resgatar a cidadania de pessoas que muitas vezes se sentem órfãos do poder e das ações desse mesmo poder, senti a necessidade de mapear a cidade do Natal em aspectos básicos para as questões de ACESSIBILIDADE.
Primeiro, busquei mostrar o desrespeito das pessoas comuns no que se refere a levarem vantagens em cima das pessoas com deficiência, ocupando as vagas especiais, frisando-se que, décadas se passaram, mas a ignorância de uma boa parcela da população, que não são deficientes, continua. E essa, diariamente, utiliza indevidamente tais vagas.
No decorrer, buscou-se mostrar ao Poder Público a necessidade da criação de novas vagas especiais, já prevendo o aumento do número de automóveis pertencentes às pessoas com deficiência como também detectamos e nominamos os principais locais onde estes estacionamentos, principalmente no Centro da Cidade, deveriam ter mais vagas especiais. Ou seja, onde há mais fluxo de automóveis, e aonde a maioria das pessoas resolvem casos e situações. Sem esquecermos das vagas nas Agências Bancárias, Teatros, Cinemas, entre outros.
Mesmo com esse trabalho de fiscalização e orientação realizado, as vagas só fizeram diminuir. Basta frisar que na Avenida Rio Branco e adjacências, existiam nada mais nada menos do que dezessete estacionamentos com vagas especiais, contudo, com o recapeamento com asfalto da referida avenida e o aumento do número de recuos, perdeu-se quase todas essas vagas especiais, visto que aonde estacionavam os automóveis das pessoas com deficiência, hoje, são destinados para carga e descarga e transporte de valores.
É notório que as pessoas com deficiência visual sofrem de maneira absurda pelo fato de uma grande parte da sociedade "enxergar menos" do que estas pessoas, colocando cigarreiras nas calçadas, bares alternativos, carros de lanches, entre outros comércios (as lojas e as casas comerciais que expõem seus produtos nas calçadas dificultando a passagem). Tudo isso na conivência do Poder Público. Isso é um fato lastimável.
A Cidade do Natal que precisa e busca ser um modelo, tendo em vista a sua opção turística, não pode de maneira alguma conviver com esses fatos que detectamos.
As Pessoas com Deficiência, cidadãos, merecem respeito e atenção enquanto a isso. Sugerimos, no projeto, que o Poder Público teria que ter um maior critério na concessão do aval para novas construções, e que estas deveriam estar de acordo com a Legislação de Acessibilidade vigente no país e  a Associação de Normas Técnicas - ABNT.
Fizemos referência para a sinalização horizontal e vertical para indicar locais de estacionamentos para pessoas com deficiência e da colocação de piso tátil em determinados locais para que pessoas com deficiência visual pudessem se locomover com autonomia e facilidade dentro da Cidade do Natal.
Também fizemos ver ao Poder Público Governamental a importância  da acessibilidade nas escolas e universidades para que pessoas com deficiência frequentassem as aulas para poderem se profissionalizar e qualificar.

A ADEFERN está de olho! Busquemos a cidadania para TODOS!

Texto por José Odon Abdon (Presidente da ADEFERN) 

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