quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

ADEFERN e Poesia

RIO POTENGI por José Odon Abdon

Do alto da Aldeia Velha, vejo meu Potengí buliçoso,
E fico a apreciar seu leito, os manguezais em suas margens,
Suas águas, antes límpidas, hoje um cenário tenebroso,
Que o homem impiedoso e insensato fez mudar sua paisagem.

A velha ponte, marco da mão holandesa,
Hoje sucata, o tempo pouco a pouco corrói,
E o meu rio vai morrendo de tristeza e incerteza,
Como eu, que olho a ti e a imagem me condói.

Lembro de quando criança, como eu meu rio, traquinas,
Brinquei em tuas margens, nades em tuas águas,
Andei de canoa, dei "caldos" nas meninas,
E te vejo, hoje, moribundo, meu Pontengí me dá pena, tenho mágoas.

O homem insensato, sem escrúpulos, aos poucos vai matanto,
Com sujeira , com seus esgotos, seu lixo, o meu Potengí tão lindo,
Só saudade de meu rio de outrora vai ficando,
E as boas lembranças com o tempo vão sumindo.

Mas, és forte, és de luta, com herói vai resistir,
Pois algum dia vai nascer no homem a consciência,
E tal qual Fênix, das cinzas vais ressurgir,
Com águas claras, leito limpo, com imponência.

Quem sabe então! Novamente irei nadar,
Brincar, de novo, dar "caldos" nas meninas,
Na canoa do tempo velejar,
Ser eterno Potengí é tua sina.




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