quarta-feira, 20 de março de 2013

ADAPTAÇÃO DE VEÍCULOS PARA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

Conforme o nível e grau da lesão, dependendo dos movimentos e força que permaneceram e/ou retornaram, uma pessoa poderá ou não dirigir veículos adaptados com comando manuais.
Caso tenha condições físicas e econômicas, é muito importante voltar ou aprender a dirigir, pois as cidades brasileiras, na grande maioria, não dispõem de transporte público com acessibilidade.
Os ônibus, trens, metrôs e suas estações rodoviárias, aeroportos e outros, na grande maioria, não possuem acessibilidade, ou seja, condições para que todas as pessoas sejam elas andantes, cadeirantes, idosas, grávidas e pessoas com mobilidade reduzida, tenham acesso, pois faltam elevadores ou rampas, espaços, etc, para que todos possam exercer o direito de ir e vir.
Além disso, nossos governantes também não cuidam das calçadas e guias, dificultando ainda mais o transporte. Quando há adaptações, na maioria das vezes, são mal feitas ou não funcionam, dificultando ainda mais a vida das pessoas.
Tudo isso pode acabar atrapalhando ou dificultando a reintegração social, profissional, afetiva e sexual das pessoas com mobilidade reduzida.

TRIPOS DE LESÃO E ADAPTAÇÃO

Conforme nível da lesão e grau de comprometimento dos movimento e força, uma pessoa necessitará de determinados equipamentos para dirigir, pois as adaptações devem ser desenvolvidas de acordo com as diferentes necessidades.
Estes trabalhos deverão ser feitos por profissionais especializados, com conhecimento em lesão medular e seus comprometimentos. Existem alguns profissionais no mercado, e, caso não atenda as solicitações e necessidades, procure outro o mais rápido o possível.
Qualquer veículo pode ser adaptado, desde os mais simples e acessíveis, aos mais caros e sofisticados. As adaptações variam muito de preço, sofisticação e tecnologia.

IMPORTANTE

Os veículos com câmbio automático são mais confortáveis, fáceis e seguros para tetra e paraplégicos dirigirem. Além disso, as adaptações ficam mais baratas e de manutenção próxima a zero, pois são mais simples do que aquelas para veículos com câmbio mecânico.

ADAPTAÇÕES PARA PESSOAS COM TETRAPLEGIA

Dependendo do nível da tetraplegia, uma pessoa não terá certos movimentos nos braços e/ou dedos, ou então, movimentos com força reduzida.
Nesses casos, para controlar o volante, botoes diversos, breque de mão e outros, deverão ser desenvolvidas adaptações para substituir a preensão dos dedos.
Para possibilitar e/ou facilitar a dirigibilidade. O veículo deverá ter direção hidráulica e câmbio automático, o que proporcionará também, maior conforto e segurança.
Comando elétricos, como os de vidro, espelhos e travas, ajudarão bastante na independência.

VOLANTE

Poderá ser utilizadas uma espécie de alça para encaixe da mão ou, encaixes de dous ou três pinos, onde serão encaixados o punho e/ou dedos.
Um pomo giratório (espécie de bola achatada), também poderá ser utilizado, caso exista alguns movimentos de dedos.
Todas as adaptações são presas ao volante e giram sob seu próprio eixo, possibilitando todas as manobras.

FREIO E ACELERADOR

Para estes comandos, pode ser utilizada uma única alavanca que, quando puxada pra trás, acelera o veículo e quando empurrada para frente, aciona o breque.
Existem outros meios para executar tais tarefas, mas o citado é o mais simples, barato e requer pouca manutenção. Para ajudar e facilitar a dirigibilidade para pessoas com fracos movimentos de extensão de braços, a alavanca poderá ser alongada em direção ao corpo da pessoa, ficando mais próxima.

BREQUE DE MÃO

Existe uma forma bem fácil e prática para soltar e acionar este breque, para carros de passeio. Com cuidado e destreza, batendo com mão no botão de breque, a alavanca descerá.
Para acioná-lo, encaixando a mão na alavanca, ou utilizando da pinça dos dedos, ou ainda, provocando uma espasticidade para a mão fechar em torno da alavanca, uma pessoa poderá puxá-lo e acionar o freio. 
Caso estes métodos não sejam possíveis, poderão ser feitas adaptações para soltar e acionar os freios, através de alças para acionamento e diferentes métodos para soltá-lo.

DICA 

O câmbio automático possui a posição P - Parking, que trava o carro na posição de estacionamento. Tal artifício deve ser utilizado com cuidado, somente com o carro parado, a fim de não estragar o câmbio.

DEMAIS COMANDOS

Os diversos botões para acionamento dos controles de vidros, espelhos, faróis, seta, travas e outros, poderão ser adaptados de acordo com as necessidades e conveniência.

ADAPTAÇÕES PARA PESSOAS COM PARAPLEGIA

Pessoas com paraplegia, por ter todos os movimentos e força dos braços, poderão dirigir qualquer tipo de veículo, com ou sem direção hidráulica e, com ou sem câmbio automático, podendo escolher entre várias opções de adaptações para acelerador, freio e câmbio.
Poderão também, adaptar quadriciclos, triciclos, e motocicletas com side-car.

VEÍCULOS COM CÂMBIO AUTOMÁTICO

Em um veículo com câmbio automático, a única adaptação que uma pessoa com paraplegia irá precisar, será a alavanca para frenar e acelerar, se constituindo no mais simples, acessível (baixo custo) e de manutenção praticamente zero.
Algumas pessoas utilizam o pomo giratório para auxiliar nas curas e manobras.
Também poderão ser utilizados aceleradores localizados no volante, com acionamento automático, elétrico ou eletrônico, subindo assim, o custo.

VEÍCULOS COM CÂMBIO MECÂNICO

Nos veículos com câmbio mecânico, a embreagem deverá ser automatizada, através de sistemas que, com o toque da mão no câmbio ou pressionamento da alavanca de freio, o pedal da embreagem é acionado, deixando o carro pronto para receber ou desengatar as marchas.
Ao acelerar, o pedal da embreagem sobre, quando o movimento ao veículo.

COMO COMPRAR UM CARRO

As pessoas poderão adquirir veículos novos e usados. Antes de comprar, deverá ser feita uma análise minuciosa, dando ênfase para os seguintes detalhes:

ALTURA DO VEÍCULO E DO BANCO DO MOTORISTA

A altura irá influenciar diretamente nas transferências (entrar e sair do veículo). Se for muito alto ou muito baixo, dificultará ou tornará impossível com o auxilio de tábuas de transferências ou em transferências sem a utilização de tábuas, ou ainda, em transferências com o auxílio de duas pessoas. O ideal é que a altura do banco do carro seja o mais próximo possível da altura do assento da cadeira de rodas, por exemplo.

ABERTURA DA PORTA DO MOTORISTA

A abertura da porta também influenciará nas transferências. Quanto maior for o seu ângulo de abertura, mais fácil será para fazer as transferências, pois será possível ficar bem próximo ao banco.

ALTURA DO VOLANTE

Um volante muito baixo pode atrapalhar na montagem das adaptações do acelerador e freio, que ficam fixadas abaixo da coluna do volante. Isso também pode dificultar a passagem das pernas em uma transferência, além de dificultar na acomodação das mesmas.


LARGURA DAS PORTAS

A largura das portas é mais um item que pode dificultar nas transferências. Veículos com quatro portas ou portas muito estreitas, podem não apresentar espaço suficiente para que uma pessoas se transfira.

PESO DO VOLANTE E FREIOS

Veículos sem direção hidráulica ou com direção hidráulica muito pesada, dificultarão toda a dirigibilidade, desde manobras, até as curvas mais abertas, pois, durante a maior parte do tempo ou em sua totalidade, as pessoas dirigirão com apenas uma das mãos no volante, pois a outra estará controlando o acelerador e o freio.

PORTA-MALAS

É importante que o porta-malas acomode pelo menos a cadeira de rodas, ou aparelhos e equipamentos essenciais à locomoção e/ou bem estar da pessoa.



Por Sr. Presidente José Odon Abdon

  

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